A data reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2012, serve para quebrar o estigma social e conscientizar a população
No dia 21 de abril, celebra-se o Dia Internacional da Síndrome de Down, uma data reconhecida desde 2012 pela Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, essa data reforça a conscientização sobre a importância da inclusão e do respeito às pessoas com Síndrome de Down.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, essa é a principal causa conhecida de deficiência intelectual, representando cerca de 25% dos casos de atraso intelectual. No entanto, é essencial compreender que a Síndrome de Down não é uma doença, mas uma condição genética que pode influenciar o desenvolvimento e estar associada a algumas condições de saúde. Ela ocorre devido à presença de uma terceira cópia do cromossomo 21 em todas as células do organismo, formando o que chamamos de trissomia. As pessoas com essa condição têm 47 cromossomos em suas células, em vez de 46.
No Centro Universitário Autônomo UniBrasil, a inclusão e o desenvolvimento de pessoas com deficiência são compromissos fundamentais. Em parceria com o Projeto Ampliar, idealizado em 2012 pela professora Eliana Patrícia Pereira, do curso de Educação Física, o UniBrasil tem promovido transformações significativas na vida de seus participantes. Com mais de 70 alunos, o projeto utiliza a natação como ferramenta de lazer, reabilitação e preparo esportivo, contribuindo para o bem-estar e a autonomia das pessoas com deficiência.
“O Projeto Ampliar busca integrar a ciência e a sociedade. Ou seja, ele transforma a pesquisa acadêmica em um serviço real para a comunidade. Hoje, atendemos 70 pessoas, sendo 12 delas com Síndrome de Down”, destaca a professora Eliana.
Ampliando horizontes: autonomia e dignidade através do esporte
Para os acadêmicos dos cursos de Educação Física e Fisioterapia que participam do projeto, um dos princípios fundamentais é promover autonomia aos alunos. Segundo Eliana, envolver os participantes e suas famílias nas atividades esportivas é uma forma poderosa de reforçar suas capacidades e estimular sua independência.
“Eles aprendem muito mais do que apenas nadar. Aprendem a andar de ônibus sozinhos, a viajar para competições sem os pais e a confiar em suas habilidades. Nosso trabalho é dar a eles os recursos para desenvolverem todo o seu potencial, permitindo que conquistem autonomia e exerçam sua liberdade de escolha”, compartilha Eliana.
O impacto do Projeto Ampliar também se estende às famílias dos alunos, especialmente às mães. Com encontros semanais, o programa cria um espaço acolhedor para trocas de experiências e apoio emocional, fortalecendo uma rede de suporte essencial.
Como funciona o Projeto Ampliar
Para participar do projeto, os alunos devem apresentar algum tipo de deficiência, seja ela física, sensorial, intelectual, visual, Síndrome de Down ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 1. As inscrições são abertas anualmente, com vagas limitadas.
Com o tempo, muitos participantes se tornam exemplos inspiradores de evolução através do esporte. A professora Eliana ressalta que acompanhar o crescimento desses jovens revela o poder transformador da natação em suas vidas.
“Trabalhamos sempre com a realidade. Explicamos sobre as diferentes deficiências e características físicas, ensinamos a abordagem correta e promovemos a inclusão na prática esportiva. Mas, acima de tudo, oferecemos um espaço onde eles se sintam valorizados e capazes”, conclui Eliana.
O Projeto Ampliar é um exemplo de como o esporte pode ser uma ferramenta poderosa para a responsabilidade social. Com a participação ativa da comunidade acadêmica, o UniBrasil reforça seu compromisso com a inclusão, proporcionando mais qualidade de vida, autoestima e oportunidades para pessoas com deficiência e suas famílias.