A Profa. Dra. Andrea Lobo, do Curso de Direito do UniBrasil Centro Universitário, participou da II Feira Brasileira de Editoras Cartoneras, realizada em Piracicaba (SP), com a apresentação do livro “Vozes Femininas no Cárcere: uma experiência de escrita epistolar”. A obra foi desenvolvida em um projeto acadêmico com a participação de alunos e mulheres privadas de liberdade no Complexo Médico-Penal do Paraná. O evento reuniu editoras independentes de diversos estados brasileiros e de outros países, fortalecendo a tradição latino-americana de produção artesanal de livros e a democratização da literatura.
O livro apresentado no evento faz parte do projeto de extensão Livros Cartoneiros, coordenado Profa. Dra. Andrea Lobo, que nasceu com a proposta de fazer com que a humanidade e o conhecimento ultrapassem as paredes da sala de aula. Por meio da editora independente criada pela Profa. Dra. Andrea Lobo, chamada Voz Cartonera, livros são produzidos de forma artesanal, com capas feitas de papelão muitas vezes recolhido nas ruas ou adquirido de catadores de material reciclável. Pintados e costurados à mão, esses livros seguem a tradição dos cartoneiros, fortalecendo a democratização da literatura, o protagonismo social e a conscientização da sociedade.
Para a professora Andrea Lobo, o processo de criação dos livros foi profundamente transformador: “Podemos ecoar as vozes que antes eram silenciadas, e acima de tudo, perceber na prática que cada ser humano carrega em si um valor imenso, único. Todos nós fomos profundamente transformados por essas experiências. Cada encontro, cada conquista, cada história nos mudou para sempre. Não somos mais os mesmos depois de caminhar ao lado dessas pessoas e isso é a maior prova de que tudo valeu a pena”.
Além do trabalho com as mulheres privadas de liberdade, outro grupo em situação de vulnerabilidade foi protagonista de uma publicação igualmente marcante. Com os idosos do Recanto Tarumã, alunos do Programa de Educação Tutorial (PET) e de projetos de extensão ouviram e registraram memórias, histórias de vida e contos de ficção que resultaram no livro “Vivos: histórias do Recanto Tarumã”. “Foram encontros intergeracionais que uniram diferentes gerações em rodas de conversa, mutirões de pintura das capas e momentos emocionantes, como o lançamento oficial, quando os idosos receberam seus exemplares e puderam ver suas histórias eternizadas”, relembra a docente.
Ao todo, cerca de 40 alunos participaram do projeto com os idosos e mais de 50 estiveram envolvidos no trabalho com as mulheres, além de professores, parceiros e instituições financiadoras, como o Rotary Club e o Socorro aos Necessitados, que viabilizaram a impressão dos livros.
A iniciativa reforça a convicção de que o Direito, aliado à arte e à educação, pode ser um instrumento poderoso de promoção da igualdade, dignidade humana e respeito. “Quando escutamos essas pessoas, registramos suas histórias e damos forma a elas, entendemos, na prática, que cada ser humano é um fim em si mesmo”, destaca a professora.
Todos os limites éticos foram respeitados: os idosos tiveram seus nomes identificados como autores, com autorização da instituição, já as mulheres tiveram suas identidades preservadas, com uso apenas de iniciais, em razão do contexto jurídico.
Para o UniBrasil, iniciativas como esta concretizam, na prática, os valores de uma educação verdadeiramente transformadora. Reafirmam o compromisso da instituição com a construção de um ambiente ético, acolhedor e democrático, onde ensino, pesquisa e extensão caminham juntos na promoção de uma sociedade mais justa, sustentável, inclusiva e cidadã. Um exemplo do que é possível alcançar quando o ensino superior se coloca a serviço de quem mais precisa.