Engenheiro florestal aponta possíveis causas dos incêndios no Chile

Docente do UniBrasil explica que os incêndios florestais podem ser desencadeados de duas maneiras: de forma natural ou antrópica

Renan Zunta Raia é engenheiro florestal pela UTFPR, mestre e doutor pela UFPR. Atua como professor e coordenador dos cursos de Engenharia e Gestão Ambiental EaD, no UniBrasil. Foto por Gabrielle Cordovi / Marketing UniBrasil.

O Chile passou por uma forte onda de calor que atingiu a região central do país, desencadeando em incêndios florestais que se alastraram pelas zonas de Valparaíso e Quillota, os dois locais mais afetados pelas chamas.   

Para compreender como os incêndios florestais se propagam durante o verão no Hemisfério Sul, o UniBrasil entrevistou o coordenador do curso de Engenharia e Gestão Ambiental da instituição, professor Renan Zunta Raia, para sanar todas as dúvidas sobre a devastação descontrolada do fogo na vegetação, ocasionando na morte de mais de 300 pessoas, que habitavam nas proximidades da reserva florestal, o Parque Nacional Pañuelas. 

O engenheiro florestal explica que, primeiro, é necessário definir a terminologia (incêndio florestal) como sendo a propagação de fogo em qualquer tipo de vegetação, tais como: plantações, florestas nativas ou pastos.  

Tendo isso em mente, o docente recorda que a região de Valparaíso é uma área de reflorestamento (Pinus e Eucalyptus), no qual o território fica mais vulnerável a incêndios em comparação a mata nativa.  

“As florestas nativas possuem uma maior biodiversidade de plantas, o que pode ocasionar uma redução do material combustível (serapilheira), visto que as árvores nativas perdem as folhas em épocas diferentes. Este material, portanto, não, necessariamente, estará seco no momento das altas temperaturas do verão”, analisa o também responsável técnico em Georreferenciamento de Imóveis rurais, na Zuntagro e proprietário da RM Engenharia e Design de Madeiras, empresa do ramo madeireiro em Curitiba (PR). 

O fogo é causado de duas maneiras, segundo aponta o especialista, tanto de forma natural, por exemplo, quando raios atingem a floresta; quanto antrópica, ou seja, causado pela ação humana.  

Ele destaca que o segundo caso é considerado o mais preocupante. Isso porque, contribui para intensificar o Triângulo do Fogo, sendo esta uma representação dos elementos que desencadeiam uma combustão (combustível, comburente e calor). 

“O ser humano é o causador do fogo, seja por descarte irregular de bitucas de cigarro, perda do controle do fogo em caso de aberturas de florestas, fogueiras ou, até mesmo, intencional”, enfatiza. Ele ainda observa que, no verão, as florestas são áreas com potencial de dissipação de incêndios.  

Na análise dele, as folhas secas do outono formam uma serapilheira densa (material combustível), somados a isso há uma grande quantidade de oxigênio presente nas florestas, onde as folhas novas absorvem o gás carbônico da atmosfera. A liberação do oxigênio (comburente), no verão, ocorre nas mais altas temperaturas, consolidando assim o Triângulo do Fogo e a origem dos incêndios florestais.  

O professor Renan destaca que os seus efeitos são desastrosos, como: 

-> Perda da biodiversidade;  

-> Redução do volume de nutrientes presentes no solo, deixando-o mais suscetível à erosão;  

-> Aumento da emissão de gases poluentes na atmosfera, impactando a qualidade do ar na região;  

-> Destruição da infraestrutura presente no local, como estradas, trilhos de trem, redes de alta tensão;  

-> Pessoas desabrigadas e, até mesmo, mortas pela ação direta e indireta do fogo.  

Questionado sobre como recuperar as áreas afetadas, o docente diz que há duas formas de restabelecer a vegetação: a primeira, através da regeneração natural, onde a própria natureza tem um banco de sementes, viabilizando a germinação delas e o crescimento das plântulas; e a segunda diz respeito a regeneração antrópica, no qual o ser humano realiza o plantio de mudas.  

Ele ainda enfatiza a diferença entre incêndio florestal e queimada controlada. “O primeiro tem como principal característica a devastação da biodiversidade e o descontrole do fogo. Já as queimadas controladas podem ser um importante aliado para a manutenção da biodiversidade, pois retira o material disponível de combustível para o fogo e reduz a possibilidade de incêndio descontrolado”, finaliza.  

Dentre o exemplo destacado pelo especialista, está o cerrado brasileiro, vegetação esta que precisa das queimadas para que haja a quebra de dormência de algumas espécies de sementes, e o fogo possa agir como um potencializador da regeneração dessas áreas.  

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