Quem vai ter trabalho depois da pandemia? Veja quais carreiras terão mais espaço

As transformações no mercado de trabalho ganharam ainda mais impulso com a pandemia do novo coronavírus. A tecnologia deixou de ser só uma alternativa e passou a ser uma necessidade em todos os setores da economia. Para o profissional, além do conhecimento técnico e do domínio das ferramentas, algumas habilidades ganharam mais relevância na hora da contratação, como empatia, criatividade e boa comunicação oral e escrita que são itens fundamentais para quem quer se manter ativo em uma ou mais carreiras.

É isso mesmo. O profissional do cenário pós-pandemia deve pensar inclusive na possibilidade de ser multi carreira, explica a psicóloga Taís Targa, que é job hunter e especialista em recolocação profissional. Segundo ela, é grande o número de empresas que aderiram às novas formas de contratação de colaboradores.

Hoje, além da CLT, há vagas no formato freelancer, “PJ” (pessoa jurídica), profissional autônomo (RPA), contratações para projetos específicos e posições temporárias. “Essa configuração permite que o profissional trabalhe seis horas em uma carreira, como CLT ou prestador de serviço, por exemplo. E nas outras horas ele pode atuar em outra função ou serviço em uma área diversa. Isso já é bastante comum” analisa.

As pesquisas e análises de tendências mostram que profissões diretamente ligadas à tecnologia e à comunicação estão em alta. “A Covid-19 serviu como um acelerador do futuro para muitas carreiras e profissões. Hoje a gente percebe que mesmo sem o confinamento, o mundo vai partir para um trabalho mais remoto, em home office”, destaca Taís.

São carreiras como analista de marketing digital, gestor de mídias sociais, especialistas em cyber segurança, proteção de dados, inteligência artificial, desenvolvedores e programadores, além das profissões ligadas ao cuidado da saúde e do idoso, em função do envelhecimento da população brasileira. Uma projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que até 2060, 25,5% dos brasileiros terão mais de 65 anos – hoje eles representam 9,2% da população. Ou seja, uma em cada quatro pessoas estará nessa faixa etária que demanda mais atenção dos profissionais da área da saúde, como médicos, enfermeiros, psicólogos, cuidadores e terapeutas ocupacionais.

Competências pessoais

O conhecimento técnico é fundamental, mas ele não pode estar dissociado das competências intrapessoais e interpessoais. Ou seja, a capacidade de fazer a gestão das próprias emoções e de se relacionar em equipe e em sociedade, explica a coordenadora do Curso de Psicologia do UniBrasil, Graciela Sanjutá Soares Faria, que é mestre e doutora pela UFSCar em Instituições, Organizações e Trabalho.

Graciela aponta para um cenário em que o mercado de trabalho vai exigir que as pessoas tenham tranquilidade, criatividade e segurança para lidar com o inusitado. “O profissional precisará ter flexibilidade, empatia, escutar o ponto de vista do outro, saber se comunicar com clareza e usar da comunicação assertiva”, enfatiza a coordenadora, ressaltando que os desafios técnicos são “mais fáceis de resolver”. “Essas habilidades dependem de toda uma preparação histórica e dos recursos que a pessoa vai entregando e aprendendo ativar ao longo da vida”, esclarece.

Para Frederico Stockchneider, empresário e diretor de projetos da InfoWorker Tecnologia e Treinamento, entre as características que ele procura na hora de contratar um novo colaborador estão o interesse e o entusiasmo por aprender algo novo e estar atento às tecnologias. “Durante a entrevista já é possível perceber se o candidato está atualizado e se demonstra empolgação ao falar do trabalho e das ferramentas”, afirma. O diretor também costuma perguntar como ocorreram as contratações anteriores. “É de se esperar que uma pessoa experiente e que se relaciona bem com as pessoas tenha sido indicada em algum momento”, explica.

Stockchneider salienta a importância de avaliar corretamente as características pessoais na hora da contratação. Segundo ele, quase todo trabalho de desenvolvimento ou relacionado à tecnologia é feito em equipe, o que exige uma boa interação dos colaboradores e também com o cliente. “A tecnologia segue transformando o mundo e as profissões, mas algumas necessidades nunca saem de moda. Saber se relacionar é essencial para a carreira e para a vida”, destaca.

Danielle Blaskievicz, especial para a Tribuna do Paraná

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